isto não é um poema
só
desabafo
que não pude não
fazer e não pude fazer
de outra forma
que não fosse
assim
fatiando as frases
no espaço
aqui
hoje
eu vi
aterrorizado
um artista assassinado
Moa do Catendê,
mestre de capoeira,
autor do Badauê —
por conta de uma divergência política num bar
da Bahia
depois corri o dedo
sobre a tela e
vi e ouvi
arrepiado
Luiz Melodia
(também negro e compositor,
também com o cabelo rastafari,
como a vítima do post anterior)
cantando
“no coração do Brasil”
e repetindo muitas vezes
esse refrão
“no coração
do Brasil”
“no coração do Brasil”
que tento sentir
pulsar ainda
entre a luz de Luiz
e a treva
desse buraco vazio
que não pulsa mais no peito
de Moa do Catendê
e “não existe amor em SP”
ou “no coração do Brasil”
fraturado
nesses dias
brutos
de coturnos
chucros
a chutar a cara
de quem
ama
arte
cultura educacão
liberdade de expressão
diversidade
cidadania
solidariedade
democracia
mas não se dá
a mínima
o que importa é se subiu
a bolsa
caiu
o dólar
se todos vão prosseguir
seguindo
docilmente para o abismo
nessa insanidade coletiva
em que o Brasil nega
qualquer Brasil
possível
cega
qualquer futuro possível
e o ódio
o horror e o
ódio
e nada que se diga faz sentido
mais
para quê
expor na cara desses caras
a palavra explícita
(gravada em vídeo e repetida, repetida, repetida)
do seu “mito”
dizendo
“eu apoio a tortura”
“eu defendo a ditadura”
“eu vou fechar o congresso”
“não servem nem para procriar”
“não te estrupro porque você não merece”
“a gente vai varrer esses vagabundos daqui”
“o erro foi torturar e não matar”
“viadinho tem que apanhar”
etc etc etc etc etc
e tudo mais
que repete incansavelmente
há anos
ante câmeras e microfones
para quê mostrar de novo
e de novo
o mesmo nojo
se é justamente
por isso
que o idolatram?
e sempre haverá
os que vêm disfarçar
dizendo:
“estamos entre dois extremos”
“sim, mas veja a Venezuela”
“é para acabar com a corrupção”
“nós queremos segurança”
ou
“não é bem assim...”
enquanto constatamos cada vez mais
que sim,
é assim
mesmo, é assim
que é
mas
como li por aí:
“como explicar a lei Rouanet para quem
ainda não assimilou a lei Áurea?”
ou: como explicar a lei da gravidade
para quem ainda crê
que a terra é plana?
e querem defender sua ignorância com dentes
e garras
querem
matar atirar vingar
a quem?
em nome de quem?
(pátria, família, propriedade, segurança?)
se nessa seara não há direitos
nem respeito
ensino ou dignidade
só horror e
ódio, ódio
e horror
as palavras perdem a clareza
os valores perdem o valor
a vida perde o valor
Marielle
remorta remorrida rematada
por sua placa
rompida rasgada desonrada
pelas mãos truculentas de
brutamontes prepotentes
com suas camisetas estampadas
com a face do coiso
que redemonstra sua monstruosidade
quando vende
em seus próprios comícios
camisetas de outro
ultra-monstro
ustra
—
aquele que além de torturar
levava crianças para verem
suas mães torturadas
—
e esses mesmos
abomináveis
que, diante de uma claque vergonhosa,
se orgulham
de terem
rasgado as placas
com o o nome Marielle Franco
estão sim
agora
eleitos
satisfeitos
mas não saciados
de todo o sangue
de inocentes
que há de correr
só por serem
diferentes
excitando em outros
o desejo de exercer
seu obscuro
poder
de milícia polícia esquadrão da morte
e o anúncio da Rocinha metralhada
como solução
a barbaridade finalmente
institucionalizada
como diversão
o Brasil finalmente
sem coração
fora da ONU
e dos acordos internacionais pelo
meio-ambiente
sem controle
de sensatez ou mentalidade
sem limite humanitário
“não vai ter ong!”
“não vai ter ativismo!”
“não vai ter mimimi!”
bradam
cheios de si e de ódio
criminosos contra o crime
opressores pela família
amorais pela moral
apesar de todos
os alertas
da imprensa internacional
de esquerda, de centro, de direita
só não vê quem não quer
a tragédia anunciada
divulgada
não como boato
mas escancarada
-mente
enquanto
empoderados pelo discurso
de ódio
de horror e ódio
seus eleitores
já saem pelas ruas
dando tiros
e gritos
enxurradas de fakes
suásticas nazistas gravadas com canivete
na pele da menina
que usava “ele não” estampado na blusa
e a promessa de violência desmedida
se concretizando
antes mesmo de começar o segundo turno
e nem um centímetro de terra para os índios
e nem um pingo de direitos civis ou humanos
e a volta da censura e o ódio,
o ódio, o horror
e o ódio
pra encerrar de vez
o sonho de uma nação
que tem a chance
de dar ao mundo
sua contribuição
original
agora fadada a repetir o que de pior já houve
na história
sem história agora
sem Museu Nacional
nem cultura nem educação
abolir filosofia e arte
em seu lugar:
moral e cívica
escola militar
religião
geografia dos lucros e dividendos
massacre das minorias
horror e ódio
e ódio
e horror
crescente permanente enquanto dure
pois ninguém larga o osso assim tão fácil
depois de um golpe
que precisa parir outro golpe
ou autogolpe
alimentado por todas as fakes e facas
contra as costas de artistas
como Moa
mas na cabeça de quem apóia
tudo se justifica:
o fascismo
a tortura dos presos
o sumário julgamento sem juri
autorização dada à polícia
para matar
e o ódio aos pobres
as blitzes ostensivas
a guerra declarada
dos que aceitam assassinos para combater bandidos
se está tudo invertido mesmo
pobre elegendo milionário,
pelo avesso e ao contrário
então se autoriza a sórdida
barbárie
dos fortes contra os fracos
algo está muito doente
no Brasil
no descoração do Brasil
que mente, se omite, agride, regride
para avançar sem freios
em direção ao fascismo
seguindo a música hipnótica do
ódio,
horror e ódio
pregados em igrejas
em nome de Deus
e de Cristo
só desamor em nome de Cristo
violência e brutalidade em nome de Cristo
armas e tortura
e preconceito em nome de Cristo
de Deus e de Cristo
armar a população
para metralhar os adversários
os diferentes
os miseráveis
os favelados
os do outro lado
os que se manifestam
ou contestam
ou pensam de outra forma
ou se vestem
de outra cor ou tem
outra cor ou
qualquer pretexto
que se crie
para espalhar o ódio, o horror
e o ódio
do machismo ao estupro
da mentira ao linchamento
do homicídio ao genocídio
(“tinha que ter matado pelo menos trinta mil!”)
já sem democracia
palavra vazia
em boca
de quem compactua
(e não são poucos)
pensando ser
possível
alguma forma de
neutralidade
nesse momento
como Pilatos
lavando as mãos
a chamada mídia
tenta fazer média
ao dizer que os dois lados são igualmente
extremistas e perigosos
mas então
onde estavam nos últimos três mandatos
e meio
antes do pesadelo Temer?
estavam numa ditadura comunista
e não sabiam?
na verdade
todos sabem muito bem
que o extremismo
vem de um só
lado, que
quer se eleger para acabar
com eleições
e que o grande perigo é mesmo
esse jogo
de equivalências que,
na verdade
serve ao monstro
pois a omissão é missão impossível
neste agora
impossível
mascarar o sol
da ameaça
hostil e explícita
do nazismo
crescente
com a peneira furada
de um bom senso
mediano hipócrita indiferente
que sempre
vai dizer:
sim, mas a Venezuela...
como se não tivéssemos ouvido exatamente isso
em 64,
quando diziam:
— Sim, mas Cuba...
para justificar a ditadura militar
que tanto elogiam
hoje em dia
e que o atual
presidente
do nosso Supremo Tribunal Federal
decidiu
que agora vai chamar
de “movimento”
em vez de
“golpe militar”
para adoçar um pouco a boca
amarga
do sangue
impregnado
que não vai sumir assim
mudando a nomenclatura
desnomeando a já tão dita
“ditadura”
mas esse des-
-equilíbrio
ético
que diz
preferir uma autocracia
perfeita
a uma
defeituosa
democracia
esse
erro
que nenhum arrependimento será
capaz de reparar
quando for tarde
demais
ainda dá
para evitar
ainda
é tarde
de menos
para
conter
o ódio,
o horror e o ódio
ainda
dá
dd
a
d
#IstoNãoÉUmPoema
só
desabafo
que não pude não
fazer e não pude fazer
de outra forma
que não fosse
assim
fatiando as frases
no espaço
aqui
hoje
eu vi
aterrorizado
um artista assassinado
Moa do Catendê,
mestre de capoeira,
autor do Badauê —
por conta de uma divergência política num bar
da Bahia
depois corri o dedo
sobre a tela e
vi e ouvi
arrepiado
Luiz Melodia
(também negro e compositor,
também com o cabelo rastafari,
como a vítima do post anterior)
cantando
“no coração do Brasil”
e repetindo muitas vezes
esse refrão
“no coração
do Brasil”
“no coração do Brasil”
que tento sentir
pulsar ainda
entre a luz de Luiz
e a treva
desse buraco vazio
que não pulsa mais no peito
de Moa do Catendê
e “não existe amor em SP”
ou “no coração do Brasil”
fraturado
nesses dias
brutos
de coturnos
chucros
a chutar a cara
de quem
ama
arte
cultura educacão
liberdade de expressão
diversidade
cidadania
solidariedade
democracia
mas não se dá
a mínima
o que importa é se subiu
a bolsa
caiu
o dólar
se todos vão prosseguir
seguindo
docilmente para o abismo
nessa insanidade coletiva
em que o Brasil nega
qualquer Brasil
possível
cega
qualquer futuro possível
e o ódio
o horror e o
ódio
e nada que se diga faz sentido
mais
para quê
expor na cara desses caras
a palavra explícita
(gravada em vídeo e repetida, repetida, repetida)
do seu “mito”
dizendo
“eu apoio a tortura”
“eu defendo a ditadura”
“eu vou fechar o congresso”
“não servem nem para procriar”
“não te estrupro porque você não merece”
“a gente vai varrer esses vagabundos daqui”
“o erro foi torturar e não matar”
“viadinho tem que apanhar”
etc etc etc etc etc
e tudo mais
que repete incansavelmente
há anos
ante câmeras e microfones
para quê mostrar de novo
e de novo
o mesmo nojo
se é justamente
por isso
que o idolatram?
e sempre haverá
os que vêm disfarçar
dizendo:
“estamos entre dois extremos”
“sim, mas veja a Venezuela”
“é para acabar com a corrupção”
“nós queremos segurança”
ou
“não é bem assim...”
enquanto constatamos cada vez mais
que sim,
é assim
mesmo, é assim
que é
mas
como li por aí:
“como explicar a lei Rouanet para quem
ainda não assimilou a lei Áurea?”
ou: como explicar a lei da gravidade
para quem ainda crê
que a terra é plana?
e querem defender sua ignorância com dentes
e garras
querem
matar atirar vingar
a quem?
em nome de quem?
(pátria, família, propriedade, segurança?)
se nessa seara não há direitos
nem respeito
ensino ou dignidade
só horror e
ódio, ódio
e horror
as palavras perdem a clareza
os valores perdem o valor
a vida perde o valor
Marielle
remorta remorrida rematada
por sua placa
rompida rasgada desonrada
pelas mãos truculentas de
brutamontes prepotentes
com suas camisetas estampadas
com a face do coiso
que redemonstra sua monstruosidade
quando vende
em seus próprios comícios
camisetas de outro
ultra-monstro
ustra
—
aquele que além de torturar
levava crianças para verem
suas mães torturadas
—
e esses mesmos
abomináveis
que, diante de uma claque vergonhosa,
se orgulham
de terem
rasgado as placas
com o o nome Marielle Franco
estão sim
agora
eleitos
satisfeitos
mas não saciados
de todo o sangue
de inocentes
que há de correr
só por serem
diferentes
excitando em outros
o desejo de exercer
seu obscuro
poder
de milícia polícia esquadrão da morte
e o anúncio da Rocinha metralhada
como solução
a barbaridade finalmente
institucionalizada
como diversão
o Brasil finalmente
sem coração
fora da ONU
e dos acordos internacionais pelo
meio-ambiente
sem controle
de sensatez ou mentalidade
sem limite humanitário
“não vai ter ong!”
“não vai ter ativismo!”
“não vai ter mimimi!”
bradam
cheios de si e de ódio
criminosos contra o crime
opressores pela família
amorais pela moral
apesar de todos
os alertas
da imprensa internacional
de esquerda, de centro, de direita
só não vê quem não quer
a tragédia anunciada
divulgada
não como boato
mas escancarada
-mente
enquanto
empoderados pelo discurso
de ódio
de horror e ódio
seus eleitores
já saem pelas ruas
dando tiros
e gritos
enxurradas de fakes
suásticas nazistas gravadas com canivete
na pele da menina
que usava “ele não” estampado na blusa
e a promessa de violência desmedida
se concretizando
antes mesmo de começar o segundo turno
e nem um centímetro de terra para os índios
e nem um pingo de direitos civis ou humanos
e a volta da censura e o ódio,
o ódio, o horror
e o ódio
pra encerrar de vez
o sonho de uma nação
que tem a chance
de dar ao mundo
sua contribuição
original
agora fadada a repetir o que de pior já houve
na história
sem história agora
sem Museu Nacional
nem cultura nem educação
abolir filosofia e arte
em seu lugar:
moral e cívica
escola militar
religião
geografia dos lucros e dividendos
massacre das minorias
horror e ódio
e ódio
e horror
crescente permanente enquanto dure
pois ninguém larga o osso assim tão fácil
depois de um golpe
que precisa parir outro golpe
ou autogolpe
alimentado por todas as fakes e facas
contra as costas de artistas
como Moa
mas na cabeça de quem apóia
tudo se justifica:
o fascismo
a tortura dos presos
o sumário julgamento sem juri
autorização dada à polícia
para matar
e o ódio aos pobres
as blitzes ostensivas
a guerra declarada
dos que aceitam assassinos para combater bandidos
se está tudo invertido mesmo
pobre elegendo milionário,
pelo avesso e ao contrário
então se autoriza a sórdida
barbárie
dos fortes contra os fracos
algo está muito doente
no Brasil
no descoração do Brasil
que mente, se omite, agride, regride
para avançar sem freios
em direção ao fascismo
seguindo a música hipnótica do
ódio,
horror e ódio
pregados em igrejas
em nome de Deus
e de Cristo
só desamor em nome de Cristo
violência e brutalidade em nome de Cristo
armas e tortura
e preconceito em nome de Cristo
de Deus e de Cristo
armar a população
para metralhar os adversários
os diferentes
os miseráveis
os favelados
os do outro lado
os que se manifestam
ou contestam
ou pensam de outra forma
ou se vestem
de outra cor ou tem
outra cor ou
qualquer pretexto
que se crie
para espalhar o ódio, o horror
e o ódio
do machismo ao estupro
da mentira ao linchamento
do homicídio ao genocídio
(“tinha que ter matado pelo menos trinta mil!”)
já sem democracia
palavra vazia
em boca
de quem compactua
(e não são poucos)
pensando ser
possível
alguma forma de
neutralidade
nesse momento
como Pilatos
lavando as mãos
a chamada mídia
tenta fazer média
ao dizer que os dois lados são igualmente
extremistas e perigosos
mas então
onde estavam nos últimos três mandatos
e meio
antes do pesadelo Temer?
estavam numa ditadura comunista
e não sabiam?
na verdade
todos sabem muito bem
que o extremismo
vem de um só
lado, que
quer se eleger para acabar
com eleições
e que o grande perigo é mesmo
esse jogo
de equivalências que,
na verdade
serve ao monstro
pois a omissão é missão impossível
neste agora
impossível
mascarar o sol
da ameaça
hostil e explícita
do nazismo
crescente
com a peneira furada
de um bom senso
mediano hipócrita indiferente
que sempre
vai dizer:
sim, mas a Venezuela...
como se não tivéssemos ouvido exatamente isso
em 64,
quando diziam:
— Sim, mas Cuba...
para justificar a ditadura militar
que tanto elogiam
hoje em dia
e que o atual
presidente
do nosso Supremo Tribunal Federal
decidiu
que agora vai chamar
de “movimento”
em vez de
“golpe militar”
para adoçar um pouco a boca
amarga
do sangue
impregnado
que não vai sumir assim
mudando a nomenclatura
desnomeando a já tão dita
“ditadura”
mas esse des-
-equilíbrio
ético
que diz
preferir uma autocracia
perfeita
a uma
defeituosa
democracia
esse
erro
que nenhum arrependimento será
capaz de reparar
quando for tarde
demais
ainda dá
para evitar
ainda
é tarde
de menos
para
conter
o ódio,
o horror e o ódio
ainda
dá
dd
a
d
#IstoNãoÉUmPoema
Esto no es un poema
Sólo
Desahogo
Que no pude no
Hacer y no pude hacer
De otra forma
Que no fuera
Así
Atravesando las frases
En el espacio
Aquí
Hoy
He visto
Aterrorizado
Un artista asesinado
Moa del catendê,
Maestro de capoeira,
Autor del badauê -
Por cuenta de una divergencia política en un bar
De Bahía
Luego corrí el dedo
Sobre la pantalla y
Vi y oí
Gallina
Luis melodía
(también negro y compositor,
También con el pelo rastafari,
Como la víctima del post anterior)
Cantando
"en el corazón de Brasil"
Y repitiendo muchas veces
Ese estribillo
" en el corazón
De Brasil "
"en el corazón de Brasil"
Que intento sentir
Pulsar todavía
Entre la luz de luiz
Y la oscuridad
De ese agujero vacío
Que no late más en el pecho
De Moa del catendê
Y "no hay amor en sp"
O "en el corazón de Brasil"
Fracturado
En estos días
Bruto
De coturnos
Broncos
Pateando la cara
De Quién
Ama
Arte
Cultura Educación
Libertad de expresión
Diversidad
Ciudadanía
Solidaridad
Democracia
Pero no se da
La mínima
Lo que importa es si subió
La bolsa
Cayó
El dólar
Si todos van a continuar
Siguiendo
Dócilmente al abismo
En esta locura colectiva
En que Brasil niega
Cualquier Brasil
Posible
Ciega
Cualquier futuro posible
Y el odio
El horror y el
Odio
Y nada que se diga tiene sentido
Más
Para qué
Exponer en la cara de estos chicos
La palabra explícita
(grabada en vídeo y repetida, repetida, repetida)
De su "mito"
Diciendo
"apoyo la tortura"
"defiendo la dictadura"
"voy a cerrar el congreso"
"no sirven ni para procrear"
"no te estrupro porque no te mereces"
"vamos a barrer a esos vagos de aquí"
"el error fue torturar y no matar"
"cobarde tiene que atrapar"
Etc etc etc etc etc etc
Y todo más
Que repite incansablemente
Hace años
Ante cámaras y micrófonos
Por qué mostrar de nuevo
Y de nuevo
El mismo asco
Si es justo
Por eso
Qué le idolatran?
Y siempre habrá
Los que vienen disfrazar
Diciendo:
"estamos entre dos extremos"
"Sí, pero mira Venezuela"
"es para acabar con la corrupción"
"queremos seguridad"
O
" no es así..."
Mientras observamos cada vez más
Que sí,
Es así
Es así.
Que es
Pero
Como he leído por ahí:
" Cómo explicar la ley rouanet para quién
Aún no ha asimilado la ley áurea?"
O: Cómo explicar la ley de la gravedad
Para quien aún cree
Que la tierra es plana?
Y quieren defender su ignorancia con dientes
Y GARRAS
Quieren
Matar a venganza
A quién?
A nombre de quién?
(Patria, familia, propiedad, seguridad? )
Si en esa mies no hay derechos
Ni respeto
Enseñanza o dignidad
Sólo horror y
Odio, odio
Y horror
Las palabras pierden la claridad
Los valores pierden el valor
La vida pierde el valor
Marielle
Remorta remorrida coronada
Por su placa
Rota rasgada deshonrada
Por las manos truculentas de
brutamontes prepotentes
Con sus camisetas impresas
Con la cara del pene
Que redemonstra su monstruosidad
Cuando vende
En sus propios mítines
Camisetas de otro
Ultra-Monstruo
Ustra
—
El que además de torturar
Llevaba niños a ver
Sus madres torturadas
—
Y esos mismos
Abominables
Que, ante una porrista vergonzosa,
Se enorgullecen
De tener
Rasgado las placas
Con el nombre marielle franco
Están sí
Ahora
Elegidos
Satisfechos
Pero no saciados
De toda la sangre
De inocentes
Que hay que correr
Sólo por ser
Diferentes
Que emociona en otros
El deseo de ejercer
Su oscuro
Poder
De milicia policía escuadrón de la muerte
Y el anuncio de rocinha metralhada
Como solución
La barbarie finalmente
Institucionalizada
Como diversión
Brasil finalmente
Sin corazón
Fuera de la ONU
Y de los acuerdos internacionales por el
Medio ambiente
Sin control
De sabiduría o mentalidad
Sin límite humanitario
" no habrá ong!"
" no va a tener activismo!"
" no habrá mimimi!"
Bradam
Llenos de ti y de odio
Criminales contra el crimen
Opresores por la familia
Amorales por la moral
A pesar de todos
Las alertas
De la prensa internacional
De izquierda, de centro, de derecha
Sólo no ve quién no quiere
La tragedia anunciada
Difusión
No como rumor
Pero abiertas
- Mente
Mientras
Empoderados por el discurso
De odio
De horror y odio
Sus votantes
Ya salen por las calles
Disparando disparos
Y gritos
Chubascos de fakes
Esvásticas nazis grabadas con navaja
En la piel de la niña
Que usaba "no" estampado en la blusa
Y la promesa de violencia desmedida
Se concretó
Antes de empezar el segundo turno
Y ni un centímetro de tierra para los indios
Y ni una pizca de derechos civiles o humanos
Y la vuelta de la censura y el odio,
El odio, el horror
Y el odio
Para cerrar de vez en cuando
El sueño de una nación
Que tiene la oportunidad
De dar al mundo
Su contribución
Original
Ahora está condenada a repetir lo peor que ha habido
En la historia
Sin historia ahora
Sin Museo Nacional
Ni Cultura ni educación
Abolir la filosofía y el arte
En su lugar:
Moral y cívica
Escuela Militar
Religión
Geografía de los beneficios y dividendos
Masacre de las minorías
Horror y odio
Y ODIO
Y horror
Creciente permanente mientras dure
Porque nadie deja el hueso tan fácil
Después de un golpe
Que necesita parir otro golpe
O AUTOGOLPE
Alimentado por todas las fakes y cuchillos
Contra la espalda de artistas
Como Moa
Pero en la cabeza de quien apoya
Todo está justificado:
El fascismo
La tortura de los presos
El sumario de juicio sin jurado
Autorización concedida a la policía
Para matar
Y el odio a los pobres
Las blitzes de
La Guerra declarada
De los que aceptan asesinos para luchar contra bandidos
Si todo está invertido
Pobre eligiendo millonario,
Al revés y al revés
Entonces se autoriza la sórdida
Barbarie
De los fuertes contra los débiles
Algo está muy enfermo
En Brasil
En el descoração de Brasil
Que mente, si omite, agrede, regresión
Para avanzar sin frenos
Hacia el fascismo
Siguiendo la música hipnótica del
Odio,
Horror y odio
Clavados en iglesias
En el nombre de Dios
Y de Cristo
Sólo desamor en el nombre de Cristo
Violencia y brutalidad en el nombre de Cristo
Armas y tortura
Y prejuicio en nombre de Cristo
De Dios y de Cristo
Armar la población
Para ametralladora a los adversarios
Los diferentes
Los miserables
Los cuando
Los del otro lado
Los que se manifiestan
O cuestionan
O piensan de otra manera
O se visten
De otro color o tiene
Otro color o
Cualquier pretexto
Que se cree
Para difundir el odio, el horror
Y el odio
Del machismo a la violación
De la mentira al linchamiento
Del asesinato al genocidio
(" tenía que haber matado al menos treinta mil!")
Ya sin democracia
Palabra vacía
En Boca
De Quién,
(y no son pocos)
Pensando en ser
Posible
Alguna forma de
Neutralidad
En ese momento
Como Pilato
Lavándose las manos
Los medios de comunicación
Intenta hacer media
Al decir que ambos lados son también
Extremistas y peligrosos
Pero entonces
Donde estaban en los últimos tres mandatos
Y medio
Antes de que la pesadilla temer?
Estaban en una dictadura comunista
Y no lo sabían?
En realidad
Todos saben muy bien
Que el extremismo
Viene de un solo
Lado, que
Quieres elegir para terminar
Con elecciones
Y que el gran peligro es realmente
Este juego
De equivalencias que,
En realidad
Sirve al monstruo
Pues la omisión es misión imposible
En este momento
Imposible
Enmascarar el sol
De la amenaza
Hostil y explícita
Del nazismo
Creciente
Con el tamiz pegada
De un sentido común
Mediana hipócrita indiferente
Que siempre
Va a decir:
Sí, pero Venezuela...
Como si no hubiéramos escuchado exactamente eso
En 64,
Cuando decían:
- Sí, pero Cuba...
Para justificar la dictadura militar
Que tanto elogian
Hoy en día
Y que el actual
Presidente
De nuestro Tribunal Supremo Federal
Decidió
Que ahora va a llamar
De "Movimiento"
En lugar de
"golpe militar"
Para endulzar un poco la boca
Amarga
De la sangre
impregnado
Que no va a desaparecer así
Cambiar la nomenclatura
Desnomeando la ya tan dicha
"dictadura"
Pero ese des -
- equilibrio
Ética
Que dice
Preferir una autocracia
Perfecta
A una
Defectuosa
Democracia
Este
Error
Que ningún arrepentimiento será
Capaz de reparar
Cuando sea tarde
Demasiado
Todavía da
Para evitar
Todavía
Es tarde
De menos
Para
Contener
El odio,
El horror y el odio
Todavía
Da
DD
La
D
Sólo
Desahogo
Que no pude no
Hacer y no pude hacer
De otra forma
Que no fuera
Así
Atravesando las frases
En el espacio
Aquí
Hoy
He visto
Aterrorizado
Un artista asesinado
Moa del catendê,
Maestro de capoeira,
Autor del badauê -
Por cuenta de una divergencia política en un bar
De Bahía
Luego corrí el dedo
Sobre la pantalla y
Vi y oí
Gallina
Luis melodía
(también negro y compositor,
También con el pelo rastafari,
Como la víctima del post anterior)
Cantando
"en el corazón de Brasil"
Y repitiendo muchas veces
Ese estribillo
" en el corazón
De Brasil "
"en el corazón de Brasil"
Que intento sentir
Pulsar todavía
Entre la luz de luiz
Y la oscuridad
De ese agujero vacío
Que no late más en el pecho
De Moa del catendê
Y "no hay amor en sp"
O "en el corazón de Brasil"
Fracturado
En estos días
Bruto
De coturnos
Broncos
Pateando la cara
De Quién
Ama
Arte
Cultura Educación
Libertad de expresión
Diversidad
Ciudadanía
Solidaridad
Democracia
Pero no se da
La mínima
Lo que importa es si subió
La bolsa
Cayó
El dólar
Si todos van a continuar
Siguiendo
Dócilmente al abismo
En esta locura colectiva
En que Brasil niega
Cualquier Brasil
Posible
Ciega
Cualquier futuro posible
Y el odio
El horror y el
Odio
Y nada que se diga tiene sentido
Más
Para qué
Exponer en la cara de estos chicos
La palabra explícita
(grabada en vídeo y repetida, repetida, repetida)
De su "mito"
Diciendo
"apoyo la tortura"
"defiendo la dictadura"
"voy a cerrar el congreso"
"no sirven ni para procrear"
"no te estrupro porque no te mereces"
"vamos a barrer a esos vagos de aquí"
"el error fue torturar y no matar"
"cobarde tiene que atrapar"
Etc etc etc etc etc etc
Y todo más
Que repite incansablemente
Hace años
Ante cámaras y micrófonos
Por qué mostrar de nuevo
Y de nuevo
El mismo asco
Si es justo
Por eso
Qué le idolatran?
Y siempre habrá
Los que vienen disfrazar
Diciendo:
"estamos entre dos extremos"
"Sí, pero mira Venezuela"
"es para acabar con la corrupción"
"queremos seguridad"
O
" no es así..."
Mientras observamos cada vez más
Que sí,
Es así
Es así.
Que es
Pero
Como he leído por ahí:
" Cómo explicar la ley rouanet para quién
Aún no ha asimilado la ley áurea?"
O: Cómo explicar la ley de la gravedad
Para quien aún cree
Que la tierra es plana?
Y quieren defender su ignorancia con dientes
Y GARRAS
Quieren
Matar a venganza
A quién?
A nombre de quién?
(Patria, familia, propiedad, seguridad? )
Si en esa mies no hay derechos
Ni respeto
Enseñanza o dignidad
Sólo horror y
Odio, odio
Y horror
Las palabras pierden la claridad
Los valores pierden el valor
La vida pierde el valor
Marielle
Remorta remorrida coronada
Por su placa
Rota rasgada deshonrada
Por las manos truculentas de
brutamontes prepotentes
Con sus camisetas impresas
Con la cara del pene
Que redemonstra su monstruosidad
Cuando vende
En sus propios mítines
Camisetas de otro
Ultra-Monstruo
Ustra
—
El que además de torturar
Llevaba niños a ver
Sus madres torturadas
—
Y esos mismos
Abominables
Que, ante una porrista vergonzosa,
Se enorgullecen
De tener
Rasgado las placas
Con el nombre marielle franco
Están sí
Ahora
Elegidos
Satisfechos
Pero no saciados
De toda la sangre
De inocentes
Que hay que correr
Sólo por ser
Diferentes
Que emociona en otros
El deseo de ejercer
Su oscuro
Poder
De milicia policía escuadrón de la muerte
Y el anuncio de rocinha metralhada
Como solución
La barbarie finalmente
Institucionalizada
Como diversión
Brasil finalmente
Sin corazón
Fuera de la ONU
Y de los acuerdos internacionales por el
Medio ambiente
Sin control
De sabiduría o mentalidad
Sin límite humanitario
" no habrá ong!"
" no va a tener activismo!"
" no habrá mimimi!"
Bradam
Llenos de ti y de odio
Criminales contra el crimen
Opresores por la familia
Amorales por la moral
A pesar de todos
Las alertas
De la prensa internacional
De izquierda, de centro, de derecha
Sólo no ve quién no quiere
La tragedia anunciada
Difusión
No como rumor
Pero abiertas
- Mente
Mientras
Empoderados por el discurso
De odio
De horror y odio
Sus votantes
Ya salen por las calles
Disparando disparos
Y gritos
Chubascos de fakes
Esvásticas nazis grabadas con navaja
En la piel de la niña
Que usaba "no" estampado en la blusa
Y la promesa de violencia desmedida
Se concretó
Antes de empezar el segundo turno
Y ni un centímetro de tierra para los indios
Y ni una pizca de derechos civiles o humanos
Y la vuelta de la censura y el odio,
El odio, el horror
Y el odio
Para cerrar de vez en cuando
El sueño de una nación
Que tiene la oportunidad
De dar al mundo
Su contribución
Original
Ahora está condenada a repetir lo peor que ha habido
En la historia
Sin historia ahora
Sin Museo Nacional
Ni Cultura ni educación
Abolir la filosofía y el arte
En su lugar:
Moral y cívica
Escuela Militar
Religión
Geografía de los beneficios y dividendos
Masacre de las minorías
Horror y odio
Y ODIO
Y horror
Creciente permanente mientras dure
Porque nadie deja el hueso tan fácil
Después de un golpe
Que necesita parir otro golpe
O AUTOGOLPE
Alimentado por todas las fakes y cuchillos
Contra la espalda de artistas
Como Moa
Pero en la cabeza de quien apoya
Todo está justificado:
El fascismo
La tortura de los presos
El sumario de juicio sin jurado
Autorización concedida a la policía
Para matar
Y el odio a los pobres
Las blitzes de
La Guerra declarada
De los que aceptan asesinos para luchar contra bandidos
Si todo está invertido
Pobre eligiendo millonario,
Al revés y al revés
Entonces se autoriza la sórdida
Barbarie
De los fuertes contra los débiles
Algo está muy enfermo
En Brasil
En el descoração de Brasil
Que mente, si omite, agrede, regresión
Para avanzar sin frenos
Hacia el fascismo
Siguiendo la música hipnótica del
Odio,
Horror y odio
Clavados en iglesias
En el nombre de Dios
Y de Cristo
Sólo desamor en el nombre de Cristo
Violencia y brutalidad en el nombre de Cristo
Armas y tortura
Y prejuicio en nombre de Cristo
De Dios y de Cristo
Armar la población
Para ametralladora a los adversarios
Los diferentes
Los miserables
Los cuando
Los del otro lado
Los que se manifiestan
O cuestionan
O piensan de otra manera
O se visten
De otro color o tiene
Otro color o
Cualquier pretexto
Que se cree
Para difundir el odio, el horror
Y el odio
Del machismo a la violación
De la mentira al linchamiento
Del asesinato al genocidio
(" tenía que haber matado al menos treinta mil!")
Ya sin democracia
Palabra vacía
En Boca
De Quién,
(y no son pocos)
Pensando en ser
Posible
Alguna forma de
Neutralidad
En ese momento
Como Pilato
Lavándose las manos
Los medios de comunicación
Intenta hacer media
Al decir que ambos lados son también
Extremistas y peligrosos
Pero entonces
Donde estaban en los últimos tres mandatos
Y medio
Antes de que la pesadilla temer?
Estaban en una dictadura comunista
Y no lo sabían?
En realidad
Todos saben muy bien
Que el extremismo
Viene de un solo
Lado, que
Quieres elegir para terminar
Con elecciones
Y que el gran peligro es realmente
Este juego
De equivalencias que,
En realidad
Sirve al monstruo
Pues la omisión es misión imposible
En este momento
Imposible
Enmascarar el sol
De la amenaza
Hostil y explícita
Del nazismo
Creciente
Con el tamiz pegada
De un sentido común
Mediana hipócrita indiferente
Que siempre
Va a decir:
Sí, pero Venezuela...
Como si no hubiéramos escuchado exactamente eso
En 64,
Cuando decían:
- Sí, pero Cuba...
Para justificar la dictadura militar
Que tanto elogian
Hoy en día
Y que el actual
Presidente
De nuestro Tribunal Supremo Federal
Decidió
Que ahora va a llamar
De "Movimiento"
En lugar de
"golpe militar"
Para endulzar un poco la boca
Amarga
De la sangre
impregnado
Que no va a desaparecer así
Cambiar la nomenclatura
Desnomeando la ya tan dicha
"dictadura"
Pero ese des -
- equilibrio
Ética
Que dice
Preferir una autocracia
Perfecta
A una
Defectuosa
Democracia
Este
Error
Que ningún arrepentimiento será
Capaz de reparar
Cuando sea tarde
Demasiado
Todavía da
Para evitar
Todavía
Es tarde
De menos
Para
Contener
El odio,
El horror y el odio
Todavía
Da
DD
La
D
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